23 ABRIL 

DIA DO PROFESSOR CABO-VERDIANO

A institucionalização do dia do professor cabo-verdiano teve a sua origem em 1990. Foi promulgado a 18 de Abril de 1990 e saiu no Boletim Oficial de 21 de Abril 1990, Nº16, decreto de lei nº25.

Pelo "desenvolvimento seguro e permanente" que Cabo Verde estava a passar, abrangendo igualmente o setor da Educação/Formação, decide-se assim reconhecer o papel fundamental do professor na sociedade, "com o objetivo de dignificar a profissão". A intenção foi a de "criar um espaço de reflexão sobre o ensino e a educação em Cabo Verde capaz de apelar à consciência da nação sobre a relevância da função docente."

Na procura de uma data emblemática, que carregasse algum valor "simbólico, humano, cívico e patriótico", por ser considerado "um símbolo da ideia do professor, (...) cujo exemplo merece a pena ser seguido", foi escolhida a data de nascimento do Professor Dr. Baltasar Lopes da Silva, através de um processo de consulta aos professores.

QUEM FOI BALTASAR LOPES DA SILVA?

Baltasar Lopes da Silva foi um escritor, poeta e linguista de Cabo Verde que escreveu em português e em crioulo. Nasceu na freguesia rural do Caleijão, na Ribeira Brava, Ilha de São Nicolau, em 23 de Abril de 1907 e viveu até 1989.

Pelo seu prestigioso e largo percurso, qualquer breve descrição é redutora ao seu considerável valor, porém há dois grandes marcos no seu trajeto. Foi um dos fundadores da revista Claridade e o autor do primeiro romance verdadeiramente cabo-verdiano, Chiquinho, a sua obra mais conhecida.

CLARIDADE - "Era uma revista de ensaios, poemas e contos. "Os colaboradores da revista denunciavam os problemas da sua sociedade, como a Seca, a fome e a emigração. Criaram assim melhores condições para o conhecimento das raízes da cultura cabo-verdiana. A revista salientou o estudo da realidade cabo-verdiana, especialmente dos grupos sociais mais carenciados."

CHIQUINHO - "Descreve os costumes, as pessoas, as paisagens, e problemas sociais e familiares que existiam em Cabo Verde na primeira metade do século XX. É um romance de aprendizagem sobre o povo cabo-verdiano e sobre o destino que muitos cabo-verdianos tiveram que tomar para conseguirem uma vida melhor, o destino da emigração."

FONTE: https://brito-semedo.blogs.sapo.pt/